Admiro muito o Pedro Bial como jornalista, mas agora como apresentador do BBB ele não é feliz. Eu acho que isso prejudica muito a imagem dele perante a mídia, pois acaba virando chacota dos demais jornalistas e do público inteligente que não assiste esse tipo de “Reality Show”.
Como todos sabem, faço faculdade de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, neste último semestre, fiz a cadeira de Teoria da Comunicação II, nesta, foi apresentado um texto sobre o Big Brother, onde o autor interpreta o programa como um “Voyeurismo Visceral”, onde a vontade do público de bisbilhotar e acompanhar a vida dos outros é tanta, que passa deste plano, passa do real, vai para o transcendente. As pessoas não querem mais observar apenas a matéria, e sim, as vísceras de cada um dos participantes. Essa metáfora é agressiva, mas não deixa de ser a completa verdade sobre o programa BBB.
Outro fato não menos curioso, é a movimentação de dinheiro que o programa faz para a Rede Globo de Televisão. Todos os participantes (que na minha concepção não são sorteados e sim indicados por alguém grande dentro da rede) entram no programa com a falsa ilusão de que serão grandes pop stars contemporâneos e com a vontade de chegar a final para ganhar 1 milhão de reais. Parece até um grande prêmio, mas se calcular-mos o que o BBB gera de lucro com publicidade, produtos e principalmente “paredões”, com milhões de ligações por semana, veremos que 1 milhão é apenas a base da coisa.
Alguns dos participantes das oito edições já realizadas do programa tiveram a sorte ou a inteligência de permanecer na rede globo, seja para fazer programas de humor, novelas ou jornalismo. A grande parte fica 1 ou 2 meses na mídia, realizando eventos, ensaios fotográficos e depois somem na mesma velocidade em que surgiram.
Creio que o nosso país, com tanta diversidade cultural, mesmo afetada pela globalização que vem crescendo cada dia mais, tem criatividade suficiente para a realização de coisas mais educativas em um horário nobre na televisão brasileira, onde a observação, as intrigas e brigas não sejam o foco principal da audiência. Programas que visem apenas acrescentar ao país e não afundá-lo mais do que já se encontra.
Todavia, deixo meu recado ao excelentíssimo jornalista Pedro Bial, que ao invés de apresentar “Pseudo Reality’s Show’s”, dedique o seu tempo a escrever textos belíssimos como “use filtro soltar” entre outros que ganharam proporções nacionais por suas lições de vida.
Abraços e bom final de semana a todos!