INFLUÊNCIA DA MÍDIA NOS PROCESSOS ELEITORAIS.
O termo mídia pode ter inúmeros conceitos, dentre eles, o mais plausível pode ser descrito como um vocábulo latino que em português significa meios, tendo sido importado para a nossa língua, via inglês, com a acepção de meios de comunicação. A televisão chegou ao nosso país em 1950, época de Copa do Mundo, onde todo o Brasil se mobiliza para ver o espetáculo que só o futebol proporciona.
Antes da chegada da televisão, que é o meio de comunicação de massa mais usufruído pelos brasileiros, as pessoas tinham uma vida social mais agradável e com mais “contato”, ou seja, dialogavam e se interagiam de uma forma mais natural. Os meios de comunicação de massa ou mass media, são famosos por abrangir uma grande parte de toda a população existente no nosso país e, não demorou muito, para as pessoas usarem isso como uma forma lucrativa, afinal vivemos em um país capitalista.
O período eleitoral é marcado pelo enfoque de pré-campanhas, pesquisas de opinião, divulgação de agendas e uma série de outros fatores da prática política que procuram a total visibilidade pública através dos meios de comunicação. Portanto, as campanhas eleitorais precisam ser atrativas e os candidatos tornam-se verdadeiros personagens capazes de “conquistar” o eleitorado.
Nos dias de hoje, a mídia tomou conta da sociedade e do seu tempo, ela torna-se atrativa e trabalha com o inconsciente popular. Todos nós temos desejos por felicidade, paz e sucesso, a mídia trabalha isso muito bem. Os temas abordados pela mídia podem neutralizar ou validar a imagem do candidato. Os programas eleitorais trazem novas formas como entrevistas, reportagens, vinhetas e a participação de famosos para impressionar o público eleitor.
O discurso político segue a tendência do discurso publicitário apelando para o lado emocional e com isso a política tradicional é deixada de lado para uma nova política de “personalidades” e “estrelas”. A publicidade na televisão é o grande exemplo de tudo isso, grande parte das campanhas eleitorais são de certa forma mascaradas por uma grande maquiagem publicitária. O político é formado e informado de como deve atuar e se portar para conquistar uma eleição, seja ela regional ou nacional. Os candidatos fazem o usufruto de truques para iludir os eleitores e com isso conquistar mais votos.
A televisão tem o poder de decidir uma eleição no nosso país e também de afastar a sociedade de uma democracia injusta e desorganizada. O formato em que a propaganda eleitoral brasileira na TV está inserida pode estar afastando cada vez mais o público eleitor do cenário político. Além disso, aumentam as dúvidas sobre a real influência dos programas no momento de decisão do voto. Um dos grandes problemas dos programas eleitorais está no modelo político-partidário no Brasil, que conta com número muito grande de siglas. Essa variedade acaba fazendo com que a qualidade dos programas caia e que eles não sejam aproveitados de uma maneira melhor.
Existe também outro perfil de candidato eleito, aqueles que são remanescentes da mídia, ou seja, não possuem experiência política, mas são os mais votados pela sua popularidade, exemplo disso são locutores de rádios e apresentadores de televisão. Isso não quer dizer de forma alguma que por serem populares serão os melhores.
Outro grande meio de comunicação de massa que vem crescendo numa velocidade avassaladora é a internet. As novas formas de política na internet passam de blogs, orkut e messenger’s até grandes portais. Com o nascimento da imprensa on-line, um conjunto de mudanças acontece na organização de uma grande empresa, na relação com o mercado e rotina de trabalho. Além disso, acontece o acúmulo de funções dos jornalistas que acabam construindo conteúdo para o meio real (papel) e o meio virtual (on-line).
Segundo o site da Technorati, responsável por monitorar os blogs na internet, a blogosfera (mundo dos blogs) cresceu cem vezes em apenas três anos, tornando-se um grande fenômeno comunicacional. Os blogs trazem para os visitantes novos olhares para os acontecimentos, novas interpretações, novas informações, além de permitir que os usuários emitam comentários sobre os temas abordados. Outra característica importante dos blogs é sua capacidade de alimentar audiência com notícias e análises de acontecimentos recém ocorridos, criando a impressão de instantaneidade.
Os blogs de política são espaços de informação especializados em determinados assuntos, geralmente relacionados ao perfil do blogueiro. Nesse sentido, os blogs são um produto de uma nova configuração social caracterizada pelos fluxos das informações, criando novas possibilidades de interação e dominação social. Os blogs também se constituem como importantes atores políticos, as opiniões e informações publicadas nos diários on-line são referências informacionais e podem exercer grande influência sobre a opinião pública.
Todavia, a internet é cheia de restrições quando falamos em eleições. Pela resolução atual, os candidatos só podem manter os blogs próprios se for dentro do seu próprio site. Já os blogs “profissionais”, aqueles ligados a grandes grupos de mídia ou que podem ser considerados algum tipo de veículo de informação de grande alcance, seguem as mesmas regras que se aplicam à imprensa.
Já quando falamos em redes sociais na internet (Twitter, Plurk, MySpace, Orkut) a restrição é bem maior comparada aos blogs. Em diversas cidades do país, a Justiça pediu para o Google (Portador do Orkut) retirar comunidades do ar, pois não estavam de acordo com as normas eleitorais. Podemos ressaltar um caso que aconteceu em Minas Gerais, onde a Justiça Eleitoral chegou a multar um pré-candidato a vereador por propaganda antecipada na rede social. Entretanto, em qualquer caso de punição para redes sociais na internet, a justificativa é a mesma, o período de eleições não havia começado.
Vivemos em um mundo novo, moderno e cada vez mais tecnológico, onde as campanhas políticas comparadas à época de 60 e 70 evoluíram e mudaram em uma velocidade incomum. Os políticos atualmente possuem um leque de opções e serviços para tornar a campanha mais atrativa e concreta, basta ter credibilidade e saber usufruir das maravilhas tecnológicas de uma maneira correta para não ser surpreendido com punições que possam custar sua carreira no campo político.
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Referências Bibliográficas
# Site: http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%ADdia – Acesso em Outubro de 2008
# Site: http://cilaschulman.wordpress.com/2008/09/01/eleicoes-a-influencia-da-tv-na-campanha/ - Acesso em Outubro de 2008
# Artigo: Blogs e jornalismo, um novo espaço de debate público de Adriane Figueirolla Martins, Mestre em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
# Artigo: Blogs de Política: Caminhos para reflexão de Cláudio Luis de Camargo Penteado, Marcelo Burgos Pimentel dos Santos, Rafael de Paula Aguiar Araújo.
